quarta-feira, 20 de maio de 2009



Goytacá Boy

ando por são Paulo meio Araraquara
a pele índia do meu corpo
concha de sangue em tua veia
sangrada ao sol na carne clara

juntei meu goytacá teu guarani
tupy or not tupy
não foi a língua que ouvi
em tua boca cayçara

para falar para lamber
para lembrar
da sua língua arco íris litoral
como colar de uiara
é que eu choco como a chuva curuminha
mineral da mais profunda lágrima
que mãe chorara

para roçar para provar para tocar
na sua pele urucun de carne e osso
a minha língua tara
sonha cumer do teu almoço
e ainda como um doido curuminha
a lamber o chão que restou da Guanabara


Matéria Prima

gosto da lenda dos poemas nas correntes
densas madrugadas de costuras artesanato
porque não canto quando calo ou quando cato

porque não canto o que cito quando planto
matéria prima das sementes quando fatos
talvez a trilha do silêncio das serpentes
talvez a fonte das nascentes nos regatos

toda pérola tem um P no seu início
palavra que concentro quando perto
da porta do teu nome ou do teu parto
mesmo grávida sem nunca ter parido
emsmo virgem sem nunca ter amado
toda pérola tem um P do seu marido

todo homem tem um Q no seu princípio
um poema como toque concentrado
travessia como roupa pelo avesso
aviso que concentro no meu ritmo
de insana criatura sem começo
toda Moça tem um homem no seu íntimo
de múltiplas residências endereços


SampleAndo

o poema pode ser
um beijo em tua boca
carne de maçã em maio
um tiro oculto sob o céu aberto
estrelas de neon em vênus
refletindo pregos
no meu peito em cruz

na paulista consolação
na água branca barra funda
metal de prata
desta lua que me inunda
num beijo sujo
com a Estação da Luz

nos vídeos/filmes de TV
eu quero um clipe
nos teus seios quentes
uma cilada em tuas coxas japa
como uma flecha
em tuas costas índia
ninja gueixa
eu quero a rota teu país ou mapa

teu território devastar inteiro
como uma vela ao mar de fevereiro
molhar teu cio
e me esquecer da lapa.


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