terça-feira, 28 de maio de 2013

poéticas fulinaímicas


Jura Secreta 34




o teu silêncio me grita
porque te amo
e amo não tem nome
pele ou sobrenome
e não adianta chamar 
que ele não vem quando se quer
porque tem seus próprios códigos e segredos
mas não tenha medo
pode ferir pode sangrar fundo
mas é razão de estar no mundo
nem que seja por segundo
por um beijo mesmo breve
porque te amo no sol no mar na neve





SagaraNAgens

a terra aqui é vermelha
branca - é a carne de dracena
tudo cena
dela só quero a boca
seus olhos de fogo me engolem
da janela em frente
estou no oitavo andar de um hotel qualquer
seus pelos são pétalas eletrizantes
de um maldito mal-me-quer
ajeito o foco da lente
para vê-la de perto
avisto a púbis de vênus
a língua cresce
não seria por menos
nem no mais banal dos melodramas
com essa linda louca que me acena
aqui agora no meu quarto
em cima da minha cama






Poética 73

assim como se tanto
te queresse e não pudesse
essa tensão levar-te a cama
a dama se desfaz
mesmo não sendo
um blues rasgado
ou rock and roll
na língua solta
pela pele em tuas costas
lambendo as curvas 
por detrás da tua orelha
vermelha a blusa agora despe
baton saliva tudo como em tua boca
pode ser som de bolero
quando um beijo quero quero
a vida é muito curta pra ser pouca






Poética 74

renata pode ser nata
gema da clara ou clara da gema
em tudo o que quero no poema
em tudo que no poema quero
quando vejo teu nome no papel de seda
a boca pede vinho
quando a boca pede vinho
vejo teu nome na língua que ainda não soube te falar
estamos em maio e o vento frio da tarde entra pela janela
olho a paisagem em frente e a vejo 
correndo em minha direção
em bela cena - renata pode ser nata 
gema da clara ou clara da gema
além de trigo para o pão






Poética 75
leminski RE-Visitado
para Alice Melo Monteiro Gomes

se eu olhasse Alice
com tudo que eu quisesse
e no entanto não dissesse
o que ali viste
ou vieste
naquele cavalo branco
ou mesmo
vodka e menta
o líquido que alimenta
o sensual e a vertigem
se poesia ou miragem
no corpo que ali houvesse
na sensação que eu sentisse
por tudo que Alice eu visse
e no silêncio eu falasse
como um poeta eu soubesse
que Alice além da carne
é do meu sangue que cresce




Poética 76

tenho tua sede e fome
quando estás em carne viva e crua
como nasceste ao mundo
em cada fase desta lua
o sangue explodindo em cada veia
artéria onde vasa – o pulso quando pulsa
no estômago buraco negro sem fundo
eu sou drummundo e do teu corpo
como dedo e unha – quando arranha
tua língua é testemunha
do quanto como aranha 
em tua boca teço a minha teia







Poética 77

um dia ainda escrevo um poema assim como ave que voa
pétala de um bem-me-quer fruta brotando da semente
como a vida florescente assim como se fosse
campo de girassóis em festa e tudo quanto ainda me resta
para se dizer da vida que rasga essa manhã de outono cinza
e o sol por traz das nuvens escondem os olhos que não vejo
e que se fecham e abrem para ter a luz de um novo dia
e o poema então seria o futuro aqui agora
e nunca ter de ir embora de dentro das tuas mãos




carol loubach - foto: raquel loubach


Poética 78

a água escorre em tua pele pêssego
maçã entre meus dedos – beija-flor
na minha língua teu nome de mulher 
frente ao espelho na grafia da foto te procuro
nua em pelo – até o ponto em que estás
despida de qualquer roupa que te veste
a água desce
molha em teu pulsar suor & cio
escorre um rio entre teus olhos
um mar de espera em brancas horas
brumas são teus cílios – mãos
que em mim demoram
e vazam veias neste sangue rente
as tuas pétalas já em desalinho
na espuma branca dos lençóis de rendas 
- em tuas fendas por onde bebo - o vinho





Artur Gomes

fulinaíma produções
contatos: portalfulinaima@gmail.com
(22)9815-1266 (21)6964-4999

quinta-feira, 23 de maio de 2013

a mesma língua fala


Oficina de Poesia Falada


Exercícios:

1. Mergulhar no texto até que seja possível compreender todo o seu universo dramático. Perceber as nuances de cada verso ou de cada palavra, para a partir daí ter condições de criar uma forma adequada de interpretação através da fala.

2. Respiração:
Respirar calmamente para relaxar antes de cada leitura até sentir o corpo leve, e através da leitura silenciosa, observar espaços rítmicos do texto para melhor executar a respiração dentro desses espaços que devem ser explorados intensamente.

3. Memorização:
Executar a leitura silenciosa até ter certeza que o texto está completamente compreendido em todos os seus códigos e significados. A partir daí, começar a executar uma leitura em voz alta, frente ao espelho de preferência, procurando verificar se verso por verso já está grudado na ponta da língua e na pele da memória.


OBS.: Essa Oficina de Poesia Falada pode ser oferecida a adomicílio, a acompanhada de uma Oficina de Produção de Vídeo, com tem sido realizada em São Conrado e Copacabana, no Rio de Janeiro, com aulas de duração mínima de 2 horas. Custo a combinar.



As musas de Ignacio

a mesma língua fala
quando deitamos palavras duras
a vida crua sobre o corpo do texto
e do teu poema
partilhamos a busca do mesmo céu
de língua e dentes em viva dança
não mais de veia bailarina
querendo escrever tanto ao mesmo tempo
sobrepomos ao risco da morte nossos textos
pactos de carícias entre fonemas
sons dançantes que saem além da boca
sedução de risos no imaginário
do menininho que admirava a brancura
da pele da primeira musa
e matava os anões com as palavras
creme de champion envenenados
colhidas nas florestas de outro tempo
risos emoldurados em boca e janelas
lá pelas terras de Araraquara
12 anos antes do nascimento
da estrela mágica
do beijo que não vem da boca
lá onde eu poderia ter escrito
o meu primeiro poema
cantando língua e beijo
ao vento dos ventiladores

Cristina Grando




Poética 72

a relva ainda molhada
a neve renova a pele
fosse Londres logo ali a dentro
LUAna me morderia a língua
até sangrar de susto
lamberia o sal da carne até
cessar a fome
foi ali que Ana se desfez da vida
para sempre
e
da janela voou para o infinito
ainda tenho seus pés aqui
cravados nos dentes da memória
era setembro de 83 e o Vapor Barato
rodava no vinil da loja aqui do centro
com um buraco negro no peito
que chegava a osso




Poética 73

assim como se tanto
te queresse e não pudesse
essa tensão levar-te a cama
a dama se desfaz
mesmo não sendo
um blues rasgado
ou rock and roll
na língua solta
pela pele em tuas costas
lambendo as curvas
por detrás da tua orelha
vermelha a blusa agora despe
baton saliva tudo como em tua boca
pode ser som de bolero
quando um beijo quero quero
a vida é muito curta pra ser pouca

arturgomes



Fulinaíma Produções

Contatos: portalfulinaima@gmail.com
(21)6964-4999 (22)9815-1266
www.oficinacinevideo.blogspot.com

quarta-feira, 15 de maio de 2013

oficina de produção e edição de vídeo


fulinaimagem oficina cine vídeo


Dia 18 maio - 2013 das 8 às 12h
Local: Espaço da Ciência - Balneário de Atafona
Projeto de Pesquisa/FAPERJ
Juventude e Desenvolvimento no Norte Fluminense: um estudo sobre os impactos do empreendimento do Porto do Açu
Projeto de Extensão/ UENF
Do ponto de vista dos jovens: a cidadania e o modo de vida em São João da Barra e Programa Jovem Cientista do Nosso Estado/FAPERJ
Coordenação: Drª Wania Mesquita
Direção da Oficina- Artur Gomes

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Poesia In Concert - no Sesc São Carlos




Virada Cultural Paulista
Sesc São Carlos – Dia 25 maio – 2013
14h – Oficina de Poesia Falada – Direção: Artur Gomes
21h – Artur Gomes - Poesia In Concert seguido de
Bate Papo com o Coletivo Topamos Ler

Poética 67

a dor de não ter
não tenho
ela foi embora faz anos
20 de fevereiro de mil quinhentos e vinte
alguns milênios de luta
por muitos séculos inglória
meu barco chegou de viagem
em algum canto do cais
amor pra mim tanto faz
samba tanto bolero blues
já vi alguns olhos azuis
com fogo da cor pimenta 
se eu te contar minha história
se não chora não aguenta
não sou cavalo de troia
não sou cavalo de pano
já me larguei e faz tempo
atrás de um sonho que tenho
de me engravidar de LUAna
nem vou te dizer de onde venho
Artur Gomes