eu queria tanto
ser um poeta maldito
a massa sofrendo
enquanto eu profundo medito
eu queria tanto
ser um poeta social
rosto queimado
pelo hálito das multidões
em vez
olha eu aqui
pondo sal
nesta sopa rala
que mal vai dar para dois.
de ouvido
di vidi do
entre
o
ver
&
o
vidro
du vi do.
sim
eu quis a prosa
essa deusa
só diz besteiras
fala das coisas
como se novas
não quis a prosa
apenas a idéia
uma idéia de prosa
em esperma de trova
um gozo
uma gosma
uma poesia porosa.
coração
PRA CIMA
escrito em baixo
FRÁGIL.
nada que o sol
não explique
tudo que a lua
mais chique
não tem chuva
que desbote essa flor
paulo leminski
Nenhum comentário:
Postar um comentário