quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

eu sou o teu avesso





sou a filha da vaca
mas não troco minha mãe
por diva nenhuma

eu sou a neta da puta
mas estou com a minha ave
em carne e unha

eu sou o teu avesso
a língua da morte
a ruptura do conforto
fedra margarida
negra como corvo
no lado escuro da vida
serei sempre seu estorvo

eu sou o teu avesso
as flores do mal-me-quer
o lado mundano da vida
de pagu a baudelaire

fedra margarida
world of the woman
http://fedramargarida.blogspot.com/



Poema inédito


Olá!

Antes de tudo, quero agradecer-lhe por me aceitar
em seu endereço e até desculpar-me por fazê-lo
assim, de forma meio invasiva. Como dizia o poeta
Lindolfo Bell, o poema se completa no leitor.

Sem o leitor, o poema é apenas um início
ou o indício de algo que pode acontecer. Quando,
vez ou outra, esse encontro de poema e leitor
acontece, realiza-se essa coisa gratificante
que é a construção de um novo sentido ou,
quem sabe, a revitalização de uma idéia de vida,
um ânimo novo. Semanalmente tenho colocado
em minha página na Internet um poema inédito,
no único intuito de buscar novos sentidos
nesse contundente cotidiano pós-humano.

O que mais vale, por certo, não são as palavras
armadas no digital espaço. Mais importante
é o triunfo, mesmo que breve, da poesia.

Com carinho,

Alcides Buss
http://www.alcidesbuss.com/



"o meu verso é um estrago
na linha do meu pescoço
o meu dente, só um bago
o meu corpo, puro osso

minha boca de ariranha
minha mão atropelada
minha ferida medonha
a minha pele rasgada

renasço. a cara lamenta
pelo buraco em que vim
e a minha vida nojenta
explode dentro de mim."

("feio, sujo, maldito", romério rômulo)



arur gomes - pele grafia



fluxus - fátima queiroz

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