Um vago desejo
porventura alivia
o mórbido consórcio
Versátil fraternidade
Incesto precauto a desvanecer,
Devanear
Volúvel aceno em vão
desiderium
As voltas com o despovoado
vagamundear
Em meio a sonâmbulos
insones, insanos sanados
Instável vagido
Ímpia compreensão
Ao vazio que a tudo detém
mover-me
Minudenciar
o evanescente avantesma
avaro de si
Jaciara S.
Ilha
Tanto pra ir
como pra voltar
sempre o mar
a me contornar.
Sou ilha,
entre nós,
só há água,
sem trilha.
Tanto faz
como tanto fez,
aqui jaz
imersa à minha tez!
Ilha fui,
serei,
eternamente,
me sei!!!
Ada Fraga
Vitória, 26/11/2008.
se eu canto
pouso a língua entre os dentes
rente
onde a saliva espraia
pele espuma arraia
algas de algum mar
distante
ondas de um pulsar
instante
em que 0 sol
nave metal aclara
areia
como se fosse
pele
conchas em tua
boca lua
nua dentro do mar
sereia
o canto
cravado na lua cheia
sangue
pulsante na tua veia
quando
piso na tua praia
arturgomes
http://arturgomesvideopoesia.blogspot.com/
desagosto
noutro dia um cão raivoso
espumando versos pela boca,
disse sol à nuvem louca
e o inverno inverso, rigoroso,
fez-se ainda mais intenso!
punhal de gelo na carne pouca,
que racha, sangra e estanca
entre a pele e a roupa.
mas, o andarilho lindo e asqueroso,
como brilho de amor, imenso,
ainda trilha as ruas sujas
nas cidades do que eu penso.
rodrigo mebs.
http://frutafarta.blogspot.com/
quase quasar
cravada de dia,
de luz que se irradia
tal qual e quanto antes,
a água clara e grata
cravada de diamantes.
diamantes solares,
serpentes de prata
sobre a face dos mares.
sementes de crepúsculo
enraizadas, contas, colares
no solo maiúsculo das ondas,
e nas tuas mãos em concha,
feito estranho molusco.
quase um quasar, caracol,
a guardar o som do mar
e as manhãs de sal e de sol.
rodrigo mebs.
http://frutafarta.blogspot.com/
LOUCURA
Esqueço a loucura
objeto
e sujeito refletidos
no entrelaçamento do presente:
a dúvida em linhas
enredadas refaz
mentes acostumadas
ao ordinário. A loucura
traduz adágios: o pensamento
exemplifica atrasos e o salto
(inelástico)
da responsabilidade.
Atento ao discurso paradigmático
da sobrevivência lembro a loucura
objeto
e trajeto do sujeito
apático ao faz de conta.
Pedro Du Bois, inédito
outros poemas:
http://pedrodubois.blogspot.com/
http://valeemversos.blogspot.com/
Caro Artur, como sempre, agradeço pela divulgação. Não fosse pessoas como você e meus textos não teriam qualquer visibilidade. Abraços e bom trabalho, Pedro.
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