imbuia
imbuir-me
na loucura
nunca mais à imbuia
ir
embuir-me
no esquecimento
e à imbuia partir
embuir-me
na coragem
de imbuia não
sentir
imbuir-me na lembrança
em imbuia
finir
Jaciara S.
Memorial das Laranjeiras
o livro e tua pele de sombras
atravessa o túnel do tempo
com a tua carcaça sem alma
vejo teus olhos acesos
e sonho o nome do que vejo
verlaine talvez nos seguisse
parasse o trem no momento
santa úrsula e santa bárbara
dormem dentro da pedra
ao lado do palácio
bem perto do perigo
passeiam por trás das memórias
oxossi que nos proteja
por estes ossos de fedra
em cada prece que eu reze
para encantar as serpentes
para esquecer o que seja
na tua boca sem beijo
por quantos e-mails postados
no livro o nosso infinito
do antes agora depois
arturgomes
http://multiartecultura.blogspot.com/
Jura secreta 84
não estando aqui
mas como se estivesse
e esse poema fosse fruto
uva manga pêra pêssego
em tua pele de seda
fosse setembro já vindo
outubro que nos espera
palavra espora ou espuma
em tuas mãos como plumas
em tua língua de púrpuras
quando me fala do agora
do corpo que treme de febre
ou grita paixão entre os poros
e salta saudade entre os pêlos
como se fosse esta tarde
o dia em que conhecemos
um outro outubro lá dentro
das veias e vivas memórias
de azul vestida de rendas
na sala eu te olhava de longe
depois te peguei pelos braços
e poemas falei bem de perto
na tua boca me via
dentro os teus olhos pulsavam
peguei tuas mãos que tremiam
e o pulso já pela garganta
este poema uma planta
em tua carne sedenta
de águas cervejas de vinhos
e nestas linhas te bebo
como voraz passarinho
arturgomes
Nação Goytacá
http://goytacity.blogspot.com/
LENTE RETRATISTA
Quando a idéia não é tua
Nem tão minha
Menos mal
Vira idéia iluminada
Vira coisa canibal
Vira quadro na parede
Fome emoldurada
Outra sede surreal
Vira santa ceia
Réstia de breu
Que se ateia
Vira fogo e clareia
Sol deserto
Mar à vista
Avião que o ar
Tira da pista
Vira nau de água
Fina estampa escafandrista
Vira imagem concretista
Visagem
Na idéia de miragem
Nossa lente retratista.
Renato Gusmão
o poeta me viu
bastou um olhar
e pode ver
a mola mestra
da aprendiz
que sou
a escolha que fiz
no avesso e apesar
da sorte adversa
de não pesar
de ser feliz
poeta é quem vê
o que não é de dizer
e ainda assim
diz
Alice Ruiz
Nenhum comentário:
Postar um comentário