quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

ela tinha um jeito gal fatal vapor barato

rio das ostras - foto: artur gomes




quando pela primeira vez
em teus mares mergulhei
rio das ostras
gozei de amor e ócio
ainda não havia selvagens vândalos
não seus primitivos
mas outros que vieram
para destruir a tua história
sem pensar ao menos
na arqueologia dos teus ossos

em goyta city tem um esgoto a céu aberto um valão podre que atravessa a cidade que um dia foi chamado de canal campos macaé e a prefeitura de campos dos goytacazes gasta milhões pra enfeitar a podridão

blacky billy


ela tinha um jeito gal
fatal – vapor barato
toda vez que me trepava as unhas
como um gato
cantar era seu dom
chegava a dominar a voz
feito cigarra cigana ébria
vomitando doses dos eu cnto
uma vez só subiu ao palco
estrela no hotel das prateleiras
companheira de ratos
na pele de insetos
praticando a luz incerta
no auge do apogeu
a morte não é muito mais
que um plug elétrico
um grito de guitarra uma centelha
logo assim que ela começa
algo se espelha
na carne inicial de quem morreu


jazz free som balaio


ouvidos negros miles trumpete nos tímpanos
era uma criança forte como uma bola de gude
era uma criança mole como gosma de grude
tanto faz quem tanto não me fez
era uma antiVersão de blues
nalguma nigthe noite uma só vez

pouvidos black rumo premeditando o breque
sampa midinigth ou aVersão de brooklin
não pense aliterações em doses múltiplas
pense sinfonia em rimas raras
assim quando desperta do massificado
ouvidos vais ficando dançarina cara
ao ter-te arte nobre minha musa odara

ao toque dos tambores ecos suburbanos
elétricos negróides urbanóides gente
galáxias relances luzes sumos pratos
delícias de iguarias que algum deus consente
ao gênios dos infernos que arde gemem arte
misturas de comboios das tribos mais distantes
de mútiplas metades juntas numa parte


aartur gomes in carbavalha gumes

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