chama que te vela
que te vale a lida
quando lida se revela
força que conduz
que te livra que te eleva
que não te priva da luz
enquanto provas da treva
rodrigo mebs
http://frutafarta.blogspot.com/
Um Pique
Não quero ser teu amor,
nem que sejas o meu,
não quero ser teu bem,
não serás meu anjo,
nem meu rei,
muito menos o príncipe.
Eu não sou a musa,
não sou a que passa,
nem aquela que fica.
Não quero castelos,
nem jardins suspensos,
nenhuma maravilha.
Mas no exato instante
em que estiveres comigo,
quero ser tua chuva, teu sol, teu abrigo.
Não quero ser a última,
nem a primeira...
Serás meu campo de trigo,
meu brinquedo preferido,
meu feliz pique bandeira!
Euridice Hespanhol
Lirios no deserto
Amores de brinquedo.
Elogio à loucura
Quero uma ponte amarela e um campo de girassóis ensangüentados
Quero um sapato que fale a poesia de tempo e o caminho do homem
Quero um crime e um castigo na intensidade que cega as neves eternas
Quero uma existencialidade de cores e amorfas paixões nas ruas de Paris
Quero um incesto demoníaco num cosmos olímpico de ópio
Quero a insensatez dos meus heterônimos e as suas mortes prematuras
Quero uma gentileza de ruas sujas e perdões fuzilados nas favelas
Quero uma noite e o dia no crepúsculo agonizante da tela inacabada
Quero o espetáculo de Bicetrê num carnaval de humanas cinzas
Quero o lado escuro da lua e o livro de cabeceira de Sid & Nancy
Quero o fuzil do guerreiro contemporâneo atirando a esmo na guerra escura
Quero rasgar o dinheiro sujo do poder e chutar o balde da insana sobriedade
Quero parir palavras que escolham um destino fora da minha geografia mental
Só isso, o resto é loucura.
Flavio Pettinichi-17 – 03- 2010
buceta de subúrbio ornamentando a rua
ela agachou no meio fio e aliviou
indiferente às buzinas
aos cuspes
a todas as latrinas
ela fumava um fino ainda
e tinha um resto de dente no sorriso
fazia contorcionismo
para ver a fumaça que fugia
da calçada
mijo quente pedra fria
tanta gente passava
ninguém (h)a via
Sandra Santos
Espelho
Não vou gritar
gosto do silêncio
do som ameno
Prefiro a música ao berro
o canto ao desespero
Sou desassossegada
embora não pareça
Meu avesso é a inquietude
que me move
Meu rosto comunica
tenho que cuidar do que não digo
Mãos falam melhor que minha voz
deixo que se expressem
À medida que me traduzem
eu me expando em mim
Sou decifrada
para alguns undecifrável
depende de quem me lê
além do olhar, além dos versos, além da palavra
Uma mulher muito menina
Uma menina um tanto mulher
Alguém que sonha
e se cansa
mas não deixa a batalha
Insiste em colher esperança
nas verdes folhas das árvores,
se perfumar com a fragãncia das rosas
e voar em pensamento com os pássaros.
Fátima Nascimento - 25/02/2010
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http://www.flickr.com/fatimanascimento
a rosa e o espinho
o que sai da tua língua não me basta
eu quero toda boca
o que sai da tua boca não me prende
eu quero toda língua
o que me prende em tua coisa
é isso tudo
aquilo que talvez não se entenda
ou se entendendo não se explique
está muito pra lá da tua casa
a chama do meu cio fogo e brasa
na boca mora a língua quando beijo
na língua a saliva quando goza
amor é poesia nunca prosa
na flora do teu sexo
eu quero a folha e o espinho
a pétala o pólen e a rosa
mesmo não oferecendo a ti
tudo no que desejo e quero
me vem da tua boca
a palavra que espero
roubado o beijo a língua cala
mesmo quando fala
girassóis e frutas
e tua coisa absoluta
em minha carne pulsa
e o beija-flor escuta
a voz do bem-te-vi
couro cru & carne viva
ainda que fosse faca
tatuagem em tuas coxas
não fosse tinto esse vinho
fosse o branco dos teus lábios
pedindo: beba-me
entaõ mordesse tua língua até sangrar
reteza-me o corpo os angue do teu cio.
espada dentro da noite
lua do teu espelho
lagarto por tuas pernas
um tigre uivando manso
depois da presa alcançada
não fosse o punhal de prata
dentro do quarto quebrado
o abajour apagado
a cama desfeita no escuro
eu re-m oendo o passado
entre os lençóis dos teus dedos
por mais que diga-me: obrigado
respondo: é de graça não tem preço
a boca, a língua, a carne, os músculos
linguagem lira delírio sangue sexo
não há dinheiro que pague
pelo mínimo que ofereço
arturgomes
http://courocrucarneviva.blogspot.com/
Tu Queres Sono: Despede-te dos Ruídos
Tu queres sonos: despedete dos ruídos, e
dos restos do dia, tira da tua boca
o punhal e o trânsito,
e roupas, choros, cordas e
e também as faces que assomam sobre a
tua sonora forma de dar, e os outros corpos
que se deitam e se pisam, e as moscas e
que sobrevoam o cadáver do teu pai e a dor (não ouças)
que se prepara para carpir tua vigília e os cantos que
esqueceram teus braços e tantos movimentos
que perdem teus silêncios, e os ventos altos
que não dormem, que te olham da janela
e em tua porta penetram como loucos
pois nada te abandona nem ao sono
Ana Cristina César
Mapa de Anatomia: O Olho
O olho é uma espécie de globo
é um pequeno planeta
com pinturas do lado de fora.
Muitas pinturas:
azuis, verdes, amarelas.
É um globobrilhante:
parece cristal,
é como um aquário com plantas
finamente desenhadas: algas, sargaços,
miniaturas marinhas, areas, rochas, naufrágios e peixes de ouro.
Mas por dentro há outras pinturas,
que não se vêem:
umas são imagens do mundo
outras são inventadas.
O olho é um teatro por dentro.
E as vezs, sejam atrores, sejam cenas,
e as vezes, sejam imagens,s ejam ausências,
formam no Olho, lágrimas.
Cecília Meirelles
chato é o caralho
dá licença
deu não ser macho
deu não ser moço
nem pré-socrático
não gosto de funk
não gosto de Frank
não gsoto de fato
tira a cebola
tira a pessoa
tira o barulho infernal
tira o moleque
me tira da fila
não é nada pessoal
Sandra Santos
...traigo
ResponderExcluirsangre
de
la
tarde
herida
en
la
mano
y
una
vela
de
mi
corazón
para
invitarte
y
darte
este
alma
que
viene
para
compartir
contigo
tu
bello
blog
con
un
ramillete
de
oro
y
claveles
dentro...
desde mis
HORAS ROTAS
Y AULA DE PAZ
TE SIGO TU BLOG
CON saludos de la luna al
reflejarse en el mar de la
poesía...
AFECTUOSAMENTE
MOSTRA VISUAL DE POESIA BRASILEIRA
ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DE EL NAZARENO- LOVE STORY,- Y- CABALLO, .
José
ramón...