terça-feira, 30 de novembro de 2010
Cantinho do Poeta Quartas Culturais
Pontal
Dia 1 dezembro 21 horas
Encenação teatral com poemas de
Aluysio Abreu Barbosa, Adriana Medeiros,
Antônio Roberto(Kapi) e Artur Gomes.
com Artur Gomes, Yvi Carvalho e Sidney Navarro
Direção: Kapi
Local: Cantinho do Poeta
Rua Cardoso de Melo, 42 – Campos dos Goytacazes-RJ
a flor da pele – pontal foto grafia
tucanos querem você fora da internet
leia aqui
texto contundente de Laerte Braga
sobre segurança pública no Rio
leia aqui:
Pontal Foto.Grafia
Aqui,
redes em pânico
pescam esqueletos no mar
esquadras – descobrimento
espinhas de peixe convento
cabrálias esperas relento
escamas secas no prato
e um cheiro podre no
AR
caranguejos explodem mangues em pólvora
Ovo de Colombo quebrado
areia branca inferno livre
Rimbaud - África virgem –
carne na cruz dos escombros
trapos balançam varais
telhados bóiam nas ondas
tijolos afundando náufragos
último suspiro da bomba
na boca incerta da barra
esgoto fétido do mundo
grafando lentes na marra
imagens daqui saqueadas
Jerusalém pagã visitada
Atafona.Pontal.Grussaí
as crianças são testemunhas:
Jesus Cristo não passou por aqui
Miles Davis fisgou na agulha
Oscar no foco de palha
cobra de vidro sangue na fagulha
carne de peixe maracangalha
que mar eu bebo na telha
que a minha língua não tralha?
penúltima dose de pólvora
palmeira subindo a maralha
punhal trincheira na trilha
cortando o pano a navalha
fatal daqui Pernambuco
Atafona.Pontal.Grussaí
as crianças são testemunhas:
Mallarmè passou por aqui
bebo teu fato em fogo
punhal na ova do bar
palhoças ao sol fevereiro
aluga-se teu brejo no mar
o preço nem Deus nem sabre
sementes de bagre no porto
a porca no sujo quintal
plástico de lixo nos mangues
que mar eu bebo afinal?
arturgomes
leia mais aqui http://palavras-diversas.blogspot.com
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
queimando em mar de fogo
rio das ostras - foto: artur gomes

"É sempre no passado aquele orgasmo,
é sempre no presente aquele duplo,
é sempre no futuro aquele pânico.
é sempre no presente aquele duplo,
é sempre no futuro aquele pânico.
É sempre no meu peito aquela garra.
É sempre no meu tédio aquele aceno.
É sempre no meu sono aquela guerra.
É sempre no meu tédio aquele aceno.
É sempre no meu sono aquela guerra.
É sempre no meu trato o amplo distrato.
Sempre na minha firma a antiga fúria.
Sempre no mesmo engano outro retrato.
Sempre na minha firma a antiga fúria.
Sempre no mesmo engano outro retrato.
É sempre nos meus pulos o limite.
É sempre nos meus lábios a estampilha.
É sempre no meu não aquele trauma.
É sempre nos meus lábios a estampilha.
É sempre no meu não aquele trauma.
Sempre no meu amor a noite rompe.
Sempre dentro de mim meu inimigo.
E sempre no meu sempre a mesma ausência".
Sempre dentro de mim meu inimigo.
E sempre no meu sempre a mesma ausência".
Carlos Drummond de Andrade
terça-feira, 23 de novembro de 2010
O poeta pede a seu amor que lhe escreva

may com fome de livros - foto: artur gomes
http://www.youtube.com/watch?v=0xcfuTJ4I3U
Amor de minhas entranhas, morte viva,
em vão espero tua palavra escrita
e penso, com a flor que se murcha,
que se vivo sem mim quero perder-te.
O ar é imortal. A pedra inerte
nem conhece a sombra nem a evita.
Coração interior não necessita
o mel gelado que a lua verte.
Porém eu te sofri. Rasguei-me as veias,
tigre e pomba, sobre tua cintura
em duelo de mordiscos e açucenas.
Enche, pois, de palavras minha loucura
ou deixa-me viver em minha serena
noite da alma para sempre escura.
Garcia Lorca.
em vão espero tua palavra escrita
e penso, com a flor que se murcha,
que se vivo sem mim quero perder-te.
O ar é imortal. A pedra inerte
nem conhece a sombra nem a evita.
Coração interior não necessita
o mel gelado que a lua verte.
Porém eu te sofri. Rasguei-me as veias,
tigre e pomba, sobre tua cintura
em duelo de mordiscos e açucenas.
Enche, pois, de palavras minha loucura
ou deixa-me viver em minha serena
noite da alma para sempre escura.
Garcia Lorca.
cinema
barra de são joão - foto: artur gomes

para Roberta Von Doelinger
elegante
o dia des
luz-se
apesar
da chuva
a regurgitar
incertezas
nos telhados
apesar da água
a roer os passos
nas calçadas
automóveis passam
motos passam
pessoas passam
a vida
...
parabólicas
postes pequenos pássaros
velam o dia
que zarpa
a sombra
que aporta
e nos umbrais
de tantas portas
em silêncio
a solidão apodrece
sob o capacho
Fernando Freire
Caldas Novas, 20.11.2010
elegante
o dia des
luz-se
apesar
da chuva
a regurgitar
incertezas
nos telhados
apesar da água
a roer os passos
nas calçadas
automóveis passam
motos passam
pessoas passam
a vida
...
parabólicas
postes pequenos pássaros
velam o dia
que zarpa
a sombra
que aporta
e nos umbrais
de tantas portas
em silêncio
a solidão apodrece
sob o capacho
Fernando Freire
Caldas Novas, 20.11.2010
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
sarau palavras diversas
Dia 24 novembro 21:00h
Local: Cantinho do Poeta
Campos dos Goytacazes-RJ
O que a grande mídia não.diz
Leia aqui http://goytacity.blogspot.com
Airton Ortiz fala sobre Havana
Aqui http://artur-gomes.blogspot.com
Quando você for embora
vídeo com Artur Gomes interpretando poemas de
Ferreira Gullar na abertura do XVIII Congresso
Brasileiro de Poesia em Bento Gonçalves
tropicalirismo
girassóis pousando
nu teu corpo
festa
beija-flor seresta
poesia fosse
esse sol que emana
do teu fogo farto
lambuzando a uva
de saliva doce
arturgomes
http://pelegrafia.blogspot.com
Local: Cantinho do Poeta
Campos dos Goytacazes-RJ
O que a grande mídia não.diz
Leia aqui http://goytacity.blogspot.com
Airton Ortiz fala sobre Havana
Aqui http://artur-gomes.blogspot.com
Quando você for embora
vídeo com Artur Gomes interpretando poemas de
Ferreira Gullar na abertura do XVIII Congresso
Brasileiro de Poesia em Bento Gonçalves
tropicalirismo
girassóis pousando
nu teu corpo
festa
beija-flor seresta
poesia fosse
esse sol que emana
do teu fogo farto
lambuzando a uva
de saliva doce
arturgomes
http://pelegrafia.blogspot.com
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Biafra hoje no Sesc Campos

Café Literário – Dia 14 às 18:00h
Bienal do Livro de Campos
Artur Gomes e Fabrício Carpinejar
Mediador: Dedé Muylaert
Leia mais aqui: http://artur-gomes.blogspot.com/
Isadora
Bienal do Livro de Campos
Artur Gomes e Fabrício Carpinejar
Mediador: Dedé Muylaert
Leia mais aqui: http://artur-gomes.blogspot.com/
Isadora
onde teus pés bailarina dançam
cato os vestígios do tempo
onde teus olhos bailarina olham
um gato passeia no teu colo
e na vidraça o giz derrama poesia
escritas com punhos de ontem
em tua cidade de serras
onde teus braços bailarina
sustentam tuas mãos
que colhem uvas
coloco águas de chuva
para que teus vinhedos não cessem
esteja sempre em meus caminhos
e deles brotem da flor o fruto sagrado
e os teus segredos guardados
entre os teus lábios de vinho
arturgomes
http://musadaminhacannon.blogspot.com/
cato os vestígios do tempo
onde teus olhos bailarina olham
um gato passeia no teu colo
e na vidraça o giz derrama poesia
escritas com punhos de ontem
em tua cidade de serras
onde teus braços bailarina
sustentam tuas mãos
que colhem uvas
coloco águas de chuva
para que teus vinhedos não cessem
esteja sempre em meus caminhos
e deles brotem da flor o fruto sagrado
e os teus segredos guardados
entre os teus lábios de vinho
arturgomes
http://musadaminhacannon.blogspot.com/
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
ESTÁTUA POLÍTICA
E a estátua
pálida
e a estátua
estática
e a estátua
polêmica
e a estátua
bêbada
e a estátua
cética
e a estátua
ética
e a estátua
pública
e a estátua
trêmula
e a estátua
vítima
e a estátua
de repente
nem se movia
e ria
do povo que passava
e a estátua
política
nem se mexia
(Renato Gusmão)
dos que predam e dos que são predados
ele
me pediu cinqüenta centavos
eu
dei a ele dois reais
quando lhe estendi a mão
sorriu um sorriso cariado
de submissão
ele
me reconheceu
eu
o reconheci
há cinco anos atrás
aluno da 4ª. série
cumprindo medida
sócio
educativa
quando conversava
mantinha a cabeça baixa
a voz num sussuro
quinze anos
e quase analfabeto
quase menino
quase homem
quase gente
Quasímodo
eu
e ele
havíamos mudado
o mesmo rio do tempo
havia nos banhado
nos envolvido
e transformado
e ao nosso redor
todos dormiam
o sono de Caim
e espinhos devoravam
as pétalas do jardim
nenhum solo de Coltrane
ou rima do Facção Central
serviria como trilha sonora
para o Desencanto
daquela hora
daquele instante
em que a esperança
se tornou figurante
não era a Pedra
no caminho de Drummond
não era o Bicho
de Bandeira
era a miséria
tremulando sua bandeira
era uma vida
que descia na ladeira
e falava comigo
me afastando
de meu umbigo
Fernando Freire
pálida
e a estátua
estática
e a estátua
polêmica
e a estátua
bêbada
e a estátua
cética
e a estátua
ética
e a estátua
pública
e a estátua
trêmula
e a estátua
vítima
e a estátua
de repente
nem se movia
e ria
do povo que passava
e a estátua
política
nem se mexia
(Renato Gusmão)
dos que predam e dos que são predados
ele
me pediu cinqüenta centavos
eu
dei a ele dois reais
quando lhe estendi a mão
sorriu um sorriso cariado
de submissão
ele
me reconheceu
eu
o reconheci
há cinco anos atrás
aluno da 4ª. série
cumprindo medida
sócio
educativa
quando conversava
mantinha a cabeça baixa
a voz num sussuro
quinze anos
e quase analfabeto
quase menino
quase homem
quase gente
Quasímodo
eu
e ele
havíamos mudado
o mesmo rio do tempo
havia nos banhado
nos envolvido
e transformado
e ao nosso redor
todos dormiam
o sono de Caim
e espinhos devoravam
as pétalas do jardim
nenhum solo de Coltrane
ou rima do Facção Central
serviria como trilha sonora
para o Desencanto
daquela hora
daquele instante
em que a esperança
se tornou figurante
não era a Pedra
no caminho de Drummond
não era o Bicho
de Bandeira
era a miséria
tremulando sua bandeira
era uma vida
que descia na ladeira
e falava comigo
me afastando
de meu umbigo
Fernando Freire
terça-feira, 2 de novembro de 2010
onde estará você agora

Jura secreta 122
esse poema não secreto
muito menos sagrado
mesmo se jura fosse
entre a face de fogo
e os teus olhos beatriz
por onde leio teu livro
no sangue da tua face
a flor na pele de seda
em fragmentos de Dante
as letras sobre o papel
e teus poemas transbordam
rios entrando meus poros
por toda língua delírios
extravasa irrompe penetra
esse poema não secreto
feito em teus olhos beatriz
tensão dos músculos
cravados sobre a palavra
onde pulsa, a cada lavra
a tua coisa mais plena
e esta jura serena
como uma missa profana
e os cabelos da noite cigana
o canto do amor entre a boca
e o mar que em teus seios agita
a febre que queima em meus dedos
e na boca o teu nome palpita
esse poema não secreto
muito menos sagrado
mesmo se jura fosse
entre a face de fogo
e os teus olhos beatriz
por onde leio teu livro
no sangue da tua face
a flor na pele de seda
em fragmentos de Dante
as letras sobre o papel
e teus poemas transbordam
rios entrando meus poros
por toda língua delírios
extravasa irrompe penetra
esse poema não secreto
feito em teus olhos beatriz
tensão dos músculos
cravados sobre a palavra
onde pulsa, a cada lavra
a tua coisa mais plena
e esta jura serena
como uma missa profana
e os cabelos da noite cigana
o canto do amor entre a boca
e o mar que em teus seios agita
a febre que queima em meus dedos
e na boca o teu nome palpita
tropicalirismo
girassóis pousando
nu teu corpo
festa
beija-flor seresta
poesia fosse
esse sol que emana
do teu fogo farto
lambuzando a uva
de saliva doce
arturgomes
http://artur-gomes.blogspot.com/
girassóis pousando
nu teu corpo
festa
beija-flor seresta
poesia fosse
esse sol que emana
do teu fogo farto
lambuzando a uva
de saliva doce
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